Por que alguns adultos têm realmente medo de fantasmas?

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Você já esteve em casa sozinho e teve certeza - certo - que alguém estava te observando? Com medo de se virar, para que não consiga ver um rosto fantasmagórico pelo canto do olho?

Você não está sozinho. De fato, para algumas pessoas, esse sentimento se traduz em uma fobia que torna difícil ou impossível viver ou dormir sozinho. Esse medo de fantasmas pode ser muito mais comum do que se costuma pensar, disse Ricardo de Oliveira-Souza, psiquiatra do Instituto D'Or de Pesquisa e Educação (IDOR), no Rio de Janeiro.

"É possivelmente tão comum quanto as fobias comuns que encontramos todos os dias, como medo de altura ou certos insetos", disse Oliveira-Souza à Live Science.

Medos fantasmagóricos

Vergonha e vergonha, segundo Oliveira-Souza, provavelmente impedem muitas pessoas de mencionar seus medos a profissionais médicos. Oliveira-Souza ficou interessado no fenômeno depois que um paciente que ele tratou para depressão mencionou que o tratamento para depressão também o curara de seu medo ao longo da vida de fantasmas, o que uma vez o deixou com medo de dormir sozinho. Para Oliveira-Souza, a descrição do paciente correspondia aos critérios para uma fobia, um termo em psicologia usado para descrever medos avassaladores desencadeados por uma determinada situação - nesse caso, ficar sozinho ou pensar em filmes de terror ou outros sustos sobrenaturais. Ele começou a perguntar e descobriu que muitos amigos, pacientes e parentes também relataram ter se assustado com a noção de fantasmas.

Em um artigo publicado em novembro de 2018 na revista Frontiers in Psychiatry, Oliveira-Souza destacou alguns desses casos. Em um caso, uma atendente de hotel de 46 anos que viveu com os pais toda a sua vida foi destituída depois que o pai morreu e sua mãe decidiu se mudar; a mulher tinha pavor de ficar sozinha no apartamento da família. Quando sua mãe partiu para uma viagem de fim de semana antes da mudança planejada, a mulher espreitava em uma boate próxima e andava pelas ruas de seu bairro, em vez de dormir sozinha. Memórias intrusivas do funeral de seu pai assombraram a mulher quando ela tentou dormir.

Em outro caso, um advogado de 54 anos hesitou em deixar um casamento ruim porque tinha medo de morar sozinho; ele dormiu no mesmo quarto que seu irmão mais velho quando jovem e se casou apressadamente depois que seu irmão saiu de casa porque seu medo sobrenatural o deixava com medo de dormir sozinho. O advogado relatou que, mesmo quando estava sozinho em seu escritório, sentia que alguém o estava observando, ou que algo se materializaria do nada à sua frente. Esse sentimento de ser observado também é conhecido como "Anwesenheit", uma palavra alemã que significa "presença".

Estar sozinho, principalmente à noite, provocou medo em todos os pacientes de Oliveira-Souza. Uma estudante universitária de 19 anos dormiu com os pais por medo de espíritos quebrando a janela do quarto. Uma viúva de 63 anos ficou tão aterrorizada que alguém ou alguma coisa estava em sua sala de estar à noite que às vezes molhava a cama em vez de se levantar e caminhar até o banheiro. Uma menina de 11 anos relatou temores de que as mãos a arrastariam para baixo da cama se ela balançasse as pernas sobre o chão ou que uma aparição aterrorizante aparecesse à sua frente na escuridão.

Fobia sobrenatural

A menina de 11 anos superou seus medos após a puberdade, como muitas pessoas fazem. A maioria dos adultos, por outro lado, respondeu bem ao tratamento com antidepressivos ou benzodiazepínicos, os medicamentos mais comuns usados ​​no tratamento de fobias específicas.

"Independentemente do conteúdo do sintoma fóbico em cada caso, esses medicamentos aliviam a ansiedade que está no centro do medo", explicou Oliveira-Souza.

Alguns pacientes foram tratados concomitantemente com terapia cognitivo-comportamental, um método de terapia de conversação que funciona ao desembaraçar o medo específico (neste caso, fantasmas), da experiência física e emocional da ansiedade.

Também é provável que o medo de fantasmas ocorra em um espectro. Uma pessoa sem claustrofobia completa ainda pode se sentir bastante desconfortável em um elevador com defeito após o tratamento, disse Oliveira-Souza. Da mesma forma, uma pessoa sem uma fobia sobrenatural ainda pode se esforçar para banir memórias de filmes de terror ou romances de Stephen King enquanto está sozinho em uma noite escura e tempestuosa.

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