Você está pronto para dançar com uma nova descoberta? Os satélites Cluster da ESA estão tocando a aceleração cósmica de partículas - e é mais eficiente do que se especula. Ao adotar uma ampla variedade de alvos astronômicos, as imagens revelam ondas de choque, onde fluxos supersônicos de plasma encontram tudo, desde um fluxo lento até uma força irresistível.
O que coloca as coisas em movimento? Quando se trata de aceleradores de partículas, algo precisa desencadear. Aqui na Terra, o Large Hadron Collider (LHC) localizado em Cern usa um banco de máquinas menores para dar origem às partículas carregadas antes de introduzi-las na corrente principal. No espaço, os raios cósmicos agem como essa "corrente principal", mas não são muito eficientes para definir as partículas inicialmente. Agora, a missão do ESA Cluster revelou o que poderia ser "aceleradores naturais de partículas do espaço".
Enquanto navegavam através de uma onda de choque magnético, os quatro satélites do Cluster se encontraram perfeitamente alinhados com o campo magnético. Esse alinhamento de chances perfeito foi uma revelação - permitindo que a missão prove o evento com uma precisão incrível em uma escala de tempo muito curta - um de 250 milissegundos ou menos. O que emergiu da investigação foi a constatação de que os elétrons aqueciam rapidamente, um estado que contribui para a aceleração em maior escala. Embora esse tipo de ação tenha sido especulado antes, não havia sido observado ou provado. Ninguém realmente sabia sobre o processo ou o tamanho das camadas de choque. Com esses novos dados, Steven J. Schwartz, do Imperial College London, e seus colegas conseguiram estimar a espessura da camada de choque - um avanço significativo no entendimento, porque uma camada mais fina significa uma aceleração mais rápida.
"Com essas observações, descobrimos que a camada de choque é a mais fina possível", diz o professor Schwartz.
Então, quão magro é esse parceiro de dança? Os cientistas haviam originalmente estimado que as camadas de choque acima da Terra não ultrapassavam 100 km, mas as informações dos satélites mostravam cerca de 17 km ... um detalhe muito bom!
Esse tipo de conhecimento é significativo simplesmente porque os choques existem universalmente - originando praticamente todos os lugares onde um fluxo encontra um obstáculo ou outro fluxo. Por exemplo, aqui no Sistema Solar, o Sol gera um vento estelar veloz e eletricamente carregado. Quando corre de cabeça para um campo magnético - como o gerado pela Terra -, cria uma onda de choque localizada na frente do planeta. Através dos estudos da missão Cluster, podemos aplicar o que aprendemos aqui em casa e extrapolar em uma escala maior - como os criados por eventos de supernovas, buracos negros e galáxias. Pode até revelar a origem dos raios cósmicos!
"Este novo resultado revela o tamanho da proverbial 'caixa preta', restringindo os possíveis mecanismos envolvidos na aceleração de partículas", diz Matt Taylor, cientista de projeto da ESA Cluster. "Mais uma vez, Cluster nos forneceu uma visão clara de um processo físico que ocorre em todo o Universo."
Vem cá Neném. Vamos dançar…
Fonte da história original: Comunicado de imprensa da ESA.