O sistema de navegação por satélite chinês Beidou está quase pronto, graças ao lançamento de um novo satélite nesta semana.
A China lançou seu 54º satélite Beidou em um foguete Long March 3B na segunda-feira (9 de março). O foguete decolou do Xichang Satellite Launch Center no sudoeste da China às 19h55. hora local (7h55 EDT; 1155 GMT). Imagens do canal de mídia estatal CCTV mostraram uma decolagem noturna impecável quando o satélite disparou para o espaço, a caminho da órbita geossíncrona.
Em uma transmissão de voz na CCTV, Yang Changfeng, designer-chefe do Sistema de Navegação por Satélite Beidou, disse que a série de satélites está usando tecnologias avançadas como inteligência artificial e blockchain, que vincula blocos de dados usando criptografia.
"Nosso foco é desenvolver constantemente os novos modos de aplicação e novas formas de negócios do sistema Beidou, bem como sua integração com a nova economia", disse Changfeng no discurso, que foi entregue em chinês e traduzido pela CCTV.
A corporação de ciência e tecnologia aeroespacial da China declarou o lançamento "um sucesso completo" e disse que um lançamento final em maio completará a constelação, de acordo com um comunicado traduzido para o inglês usando tradução por computador.
A série de satélites, equivalente da China ao Sistema de Posicionamento Global (GPS) nos Estados Unidos, usará satélites em várias órbitas. Os setores que usarão o sistema Beidou incluem segurança pública, energia, redução de desastres, cidades inteligentes, pesca e transporte, de acordo com a SpaceNews. Beidou também pode ser usado pelo Exército Popular de Libertação para orientação e direcionamento de armas, entre outras coisas.
Os usuários de mídias sociais chinesas compartilharam imagens e informações sobre o lançamento antes que ele fosse anunciado pela mídia estatal chinesa, acrescentou a SpaceNews, observando que as vilas em "zonas de queda" (onde os estágios dos foguetes caem na Terra) foram avisadas um pouco antes do tempo, caso um evacuação seria necessária. Os lançamentos de Xichang podem representar uma ameaça para as áreas habitadas; em novembro de 2019, outro lançamento do Beidou em um foguete Longa Marcha 3B terminou com segmentos de reforço colidindo com um downrange de assentamentos.
Imagens de CCTV mostraram os trabalhadores tomando precauções extras de saúde durante os preparativos em Xichang, incluindo o uso de máscaras. O novo coronavírus deixou sua marca na China, onde está localizada a maior parte dos quase 130.000 casos relatados no mundo. Dito isto, a Organização Mundial da Saúde observa que os casos na China estão em declínio e diz que a pandemia pode estar contida em outros países, desde que sejam tomadas as medidas adequadas.
Um relatório do Global Times da China na segunda-feira sugere que a maioria das áreas da indústria espacial chinesa evitou interrupções graves do coronavírus, exceto o epicentro do vírus em Wuhan.
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