Um fazendeiro francês recebeu a surpresa de uma vida quando tropeçou no enorme crânio de um mastodonte dos Pirinéus há muito extinto, mas ele o guardou por anos, informou a AFP na quinta-feira (12 de julho).
O fazendeiro de cidade pequena, que vive em L'Isle-en-Dodon, na França, sabia que o crânio era notável e raro, mas não queria que as pessoas soubessem que ele estava em sua terra. Ele valorizava sua privacidade e temia que sua fazenda fosse invadida por "hordas de paleontologistas amadores", informou a AFP.
Felizmente para os cientistas, o relutante agricultor mudou de idéia. Dois anos depois de encontrar o fóssil, ele entrou em contato com o Museu de História Natural de Toulouse, na França, sobre sua descoberta extraordinária. "Foi somente quando fomos para lá, em 2017, que percebemos o significado da descoberta", disse a administração do museu à AFP.
Especialistas identificaram o crânio como Gomphotherium pyrenaicum, um grande mastodonte que percorreu a região montanhosa dos Pirineus entre 11 e 13 milhões de anos atrás, informou a ScienceAlert. Esse grande herbívoro tinha uma forma corporal semelhante aos elefantes modernos, mas tinha quatro presas em vez de duas: duas vindas da mandíbula inferior e duas da parte superior.
Até agora, a única outra evidência dessa espécie há muito extinta eram alguns dentes fósseis encontrados na mesma região em 1857. A descoberta deste crânio pelo agricultor é uma grande contribuição científica, e os paleontologistas de museus ficaram felizes por ele ter decidido avançar, ScienceAlert relatado.
"Estamos colocando um rosto em uma espécie que se tornou quase mítica", disse o curador do museu Pierre Dalous, à AFP.
Os paleontologistas de museus removeram o fóssil da terra do fazendeiro e o levaram ao laboratório, onde estão removendo cuidadosamente o sedimento que envolve o crânio. Até agora, nenhum outro osso de mastodonte foi encontrado na propriedade do agricultor. E não há relatos sobre se a propriedade do agricultor foi ou não invadida por caçadores de fósseis ainda.