A missão começou em 13 de agosto de 2009 com o objetivo de imaginar os ecos do nascimento do Universo, a radiação cósmica de fundo. Ao estudar a luz dos confins do Universo, Planck tem que olhar primeiro o resto do Universo e foi durante isso que as incríveis descobertas foram feitas.
A coisa louca de olhar para os confins do Universo é que realmente olhamos para trás no tempo, pois leva bilhões de anos para que a luz chegue até nós aqui na Terra. Isso permite que os astrônomos olhem para trás no tempo e estudem a evolução do Universo quase de volta ao próprio Big Bang. Entre as descobertas, havia evidências de uma população de galáxias invisível que parecia envolta em poeira bilhões de anos no passado. As taxas de formação de estrelas nessas galáxias parecem estar acontecendo em um ritmo incrível, cerca de 10 a 1000 vezes mais do que vemos hoje em nossa própria galáxia da Via Láctea. Joanna Dunkley, da Universidade de Oxford, disse que "as medidas de Planck dessas galáxias distantes estão lançando uma nova luz sobre quando e onde as estrelas antigas se formaram no universo primitivo".
Um dos desafios de obter uma visão clara dessas galáxias, no entanto, foi remover a chamada "emissão anômala de microondas" (AME) em primeiro plano. Essa interferência irritante e mal compreendida, que se acredita originar em nossa própria galáxia, acaba de ser perfurada com os instrumentos de Planck. Mas, ao fazer isso, pistas sobre sua natureza foram reveladas. Parece que o AME vem de grãos de poeira em nossa galáxia girando várias dezenas de bilhões de vezes por segundo, talvez de colisões com átomos que se movem mais rapidamente ou de radiação ultravioleta. Planck foi capaz de 'remover' a névoa de microondas em primeiro plano, deixando as galáxias distantes em perfeita visualização e a radiação cósmica de fundo intocada.
É também o instrumento ideal para detectar matéria muito fria na forma de poeira em nossa galáxia e além, graças à sua ampla cobertura de comprimento de onda. Durante seu estudo, ele detectou mais de 900 aglomerados de nuvens frias e escuras de poeira que, acredita-se, representam os primeiros estágios do nascimento de estrelas. Ao estudar várias galáxias próximas dentro de alguns bilhões de anos-luz, o estudo mostra que algumas delas contêm muito mais poeira fria do que se pensava anteriormente. O Dr. David Clements, do Imperial College London, diz que "Planck nos ajudará a construir uma escada conectando nossa Via Láctea às galáxias fracas e distantes e descobrindo a evolução de galáxias empoeiradas e formadoras de estrelas ao longo da história cósmica".
Esses resultados fazem do Planck um sucesso estrondoso, mas não para por aí. Outros resultados recém-publicados incluem dados de aglomerados de galáxias, revelando-os em silhueta contra o fundo cósmico de microondas. Esses aglomerados contêm milhares de galáxias individuais gravitacionais unidas em cordas e laços gigantes.
A missão Planck, que está em desenvolvimento há 15 anos, já está fornecendo uma ciência inovadora nos primeiros anos de operação e é emocionante imaginar o que veremos dela nos próximos anos.
Mark Thompson é escritor e apresentador de astronomia no BBC One Show. Veja o site dele, The People's Astronomer, e você pode segui-lo no Twitter, @PeoplesAstro