A espaçonave GOCE, elegante e de aparência sexy, está mapeando a gravidade da Terra há mais de quatro anos, mas em breve seu combustível xenon acabará e o satélite acabará voltando a entrar em nossa atmosfera. Mas ninguém pode dizer com certeza quando ou onde o satélite de 1 tonelada cairá.
O campo Gravity e o Ocean Circulation Explorer em estado estacionário orbitam a Terra em órbitas super baixas, mapeando variações na gravidade da Terra com detalhes extremos. Lançada em março de 2009, a sonda GOCE foi projetada para voar baixo e passou a maior parte de sua missão cerca de 500 km abaixo da maioria das outras missões de observação da Terra, a uma altitude de 255 km (158 milhas), mas esteve recentemente na altitude mais baixa de qualquer satélite de pesquisa a 224 km (139 milhas).
Com seu design aerodinâmico e elegante, alguns chamam de "Ferrari do espaço", mas acabamos de chamá-lo de sexy, como um satélite direto de um filme de James Bond.
E o satélite produziu resultados exclusivos do "geóide" da Terra - medições precisas da circulação do oceano, alterações no nível do mar e dinâmica do gelo, melhorando muito nosso conhecimento e compreensão da estrutura interna da Terra. A missão também estuda a densidade do ar e o vento no espaço. Seus dados também produziram o primeiro mapa global de alta resolução da fronteira entre a crosta e o manto da Terra, chamado descontinuidade Mohorovicic, ou "Moho".
Os gerentes de missão prevêem que em meados de outubro de 2013 a espaçonave ficará sem combustível e o satélite começará sua descida em direção à Terra. Não haverá combustível restante para orientar sua reentrada e, embora a maior parte do GOCE esteja prevista para se desintegrar na atmosfera, várias partes podem atingir a superfície da Terra. Especialistas prevêem que até 25% da sonda sobreviverá à reentrada, pois muitas partes são feitas de materiais avançados, como compostos de carbono-carbono.
Mas quando e onde essas partes podem pousar ainda não pode ser previsto, afirma a ESA.
À medida que o tempo de reentrada se aproxima, melhores previsões serão feitas. Espera-se que a reentrada ocorra cerca de três semanas após o esgotamento do combustível.
A ESA afirma que, tendo em conta que dois terços da Terra são cobertos por oceanos e vastas áreas são pouco povoadas, o risco de vida ou propriedade é muito baixo.
Recentemente, outros satélites maiores fizeram reentrada descontrolada, como a sonda UARS de 6 toneladas da NASA e o ROSAT de 2,4 toneladas da Alemanha em 2011 e a sonda russa com falha de 13 toneladas, Phobos-Grunt em 2012.
Cerca de 40 toneladas de detritos espaciais produzidos pelo homem atingem o solo por ano, mas a expansão e o tamanho significam que o risco de um indivíduo ser atingido é menor do que ser atingido por um meteorito.
Uma campanha internacional monitorará a descida, envolvendo o Comitê de Coordenação entre Agências Espaciais. A situação está sendo observada continuamente pelo Escritório de Detritos Espaciais da ESA, que emitirá previsões de reentrada e avaliações de risco.
A ESA diz que manterá as autoridades de segurança relevantes permanentemente atualizadas.
Informações adicionais: ESA, BBC